Tuesday, May 08, 2007

Caro leitor,

Esse é mais um diário de bordo de angustia. Se você esta contente, satisfeito, ama e é amado, tem bom porte, estabilidade, sugiro que pare de ler agora mesmo e tenha bom animo, porque, mesmo onde não me encontro sigo acreditando que a vida é bela.
Você que é meu braço direito, cúmplice de minha insensatez, por favor, prossiga com a leitura.
Escrevo do meio do nada, minha bússola se perdeu tem tempo, mais ou menos há 8 meses. No primeiro ano seguia um caminho fielmente, depois de completar um ano, meu norte me levou ao inferno, estremeci em choro e soluços, me faltava o ar, fome e sede, agora há 8 meses vago. Todo dia suponho um norteador diferente, e ao final do dia o perco. Não que tenha a capacidade de distingui dia e noite, porque nesse mar adentro tudo é turvo, não é dia tão pouco noite, é o tempo, o constante agora.
Para onde miro vejo água, água e mais água, no céu água, na proa água.
Já não posso suportar esse mar me judiando, me balança prum lado, depois pro outro, me faz cair e depois me joga pra cima.
Num momento me dá fé, fé que tudo isso vai passar, que esse agora vai terminar, depois abruptamente me vem o desespero, vontade de tirar-me a vida, logo a conformidade, a segura compaixão, como quem diz que não importa o que acontecer, sempre estará do meu lado, esse meu mar, me jogando dum lado para o outro.
Já escutei historia de gente que morreu nesse meu mar, que lhe entregou a vida, a alma, e foi docemente encantado pelas sereias, se aventurou com piratas e depois morreu, morreu de desgosto, morreu de desilusão, morreu acreditando que esse meu mar os salvaria, os diria a verdade.
Escutei também aqueles que beijaram sereias, que foram capitães, que deram sua vida para o mar e esse lhes recompensou com razão, com amor, com felicidade, com estima, como aqueles que deixaram de ler esse diário logo depois do primeiro parágrafo.
Essa roda da vida que é o meu amor.
Ele me persegue, me afugenta, me faz querer esta perto, tocá-lo com meus lábios, acariciar sua frente, cheirar sua pele, sentir o calor de seu pelo, mas quando enfim o tenho, me repugna, me dá náuseas, me deixa mareada com nojo da sua presença.
As pontadas na cabeça me tiram a força, o embrulho no estomago me da refluxo d'agua salgada, as lagrimas me deixaram cega, não sinto falta das unhas, pelo contrario, sem elas seguro mais levemente os mastros e me atrevo olhar para o fundo, suplicando pelo vento um pouco mais forte, que me faça escorregar e me tirar essa tormenta porque sei que minha resposta esta no fundo desse meu mar. Mas ele não sopra, quando me atrevo, ele não sopra.
Mar desgraçado, me fez pobre de coração e miserável de alma.
Não te esqueci ou ainda te amo, ou ainda não te perdoei, ou não encontrei um outro mar tão interessante quanto o teu.*********



Muitas coisas ficam aqui dentro da minha cabeça passeando pra lá e pra cá. É incrível observar como novos conceitos são formados dentro de mim diariamente, verdades que mudaram, coisas que deixaram de ser boas e hoje são ruins e vice-versa. Mas diante disso tudo posso afirmar que a "trindade" continua a mesma. Na verdade somos pessoas muito diferentes do que éramos quando nos conhecemos, hoje somos muito melhores, não sei se mais complexos ou menos mas digo que apreciamos o amor, amizade, o carinho, o respeito acima de tudo. Mesmo diante da distancia que insiste em nos separar. Não amamos uns aos outros sem motivos, amamos porque somos parecidos, porque compartilhamos das mesmas idéias, porque nossas diferenças não são tão grandes ao ponto de não serem resolvidas. Amamos pelo fato de que podemos encontrar apoio e acolhida em todas as situações certas ou erradas (se é que existe o errado!).Amamos pelo simples fato que as almas se reconhecem e isso é mais do que suficiente pra que esse amor dure uma eternidade.
Vida longa a "Trindade"